domingo, 2 de dezembro de 2012

A revolta do prof. Everton. Título a Lula? Tristes revelações do ministro Fux.

1. A revolta do prof. Everton.

O conhecido professor Everton de Paula, figura elogiada nos meios culturais, tendo em conta o fato de ser antigo professor de português em escolas públicas e privadas, membro da Academia Francana de Letras, professor e alto dirigente da Unifran, na qualidade de colaborador do jornal Comércio da Franca especialmente do Caderno Nossas Letras, publicou artigo intitulado "A odiosa e infernal música do Castelinho" (p.6, do dia 1/11/12), onde faz crítica severa à poluição sonora existente nas proximidades de sua residência (Santa Rita), imediações do clube Castelinho.
Mais do que um lamento de um cidadão honesto e prestativo, que almeja tranquilidade após rotina de trabalho semanal, sua crônica trata de um problema que, em Franca, passou a ser endêmico, qual seja da poluição sonora, que diz respeito à contravenção penal da perturbação do sossego público e também ligada aos crimes ambientais, ambas, de responsabilidade da Administração Pública e da Justiça.
Há anos o problema do som excessivo, seja em clubes, seja nas ruas, avenidas e imediações dos postos de gasolina, desafia os poderes públicos. Algumas blitz, esporádicas, são realizadas e produzem resultados, como as dos confrontos na região do Bairro S. Joaquim, com enfrentamentos entre a Polícia e causadores dos distúrbios.
Reclamações às vezes são atendidas pela prefeitura, como as já ocorridas no bar Pier 888, com fechamento parcial do estabelecimento. No entanto, alguns estabelecimentos nas proximidades do Galo Branco, posto Select e Mário Roberto, são privilegiados e não recebem as visitas da fiscalização, embora sejam os que costumeiramente, a partir das quintas-feiras e nos feriados, protagonizem espetáculos com sonoridade elevadíssima, além do péssimo gosto (como salientou o prof. Everton). Além disso, frequentadores dos locais, portadores de veículos com potentes alto-falantes, abusam do direito de incomodar os moradores dos bairros Consolação, Lima, Parque dos Lima, Jardim Veneza, sem que qualquer fiscal da Prefeitura ou policial militar procure tomar qualquer providência.
Se no bairro Santa Rita o prof Everton calcula existirem "5 mil cidadãos que não querem ouvir suas músicas...", imagine-se o número dos atingidos nos bairros Consolação, Lima, Parque dos Lima, Veneza, etc.
Enfim, espero sinceramente que o prof. Everton não tome a decisão drástica citada no término de sua crônica, mas que, a partir de sua manifestação, outros cidadãos se unam para exigir das autoridades responsáveis o cumprimento de suas obrigações constitucionais, para que a cidade de Franca deixe de ser o berço do som criminoso ora dominante.

2. Título à Lula?

O jornal Comércio da Franca, deste domingo, sob o título "Ex-presidente Lula deve virar 'cidadão francano' " (p.A-4), informa sobre homenagem que se pretende aprovar na Câmara Municipal, através de projeto apresentado pelo vereador não reeleito do PT, Silas Cuba.
Tendo em conta os últimos acontecimentos envolvendo a alta cúpula do PT, como mensalão e operação Porto Seguro, onde o nome de Lula é citado por suas relações com os acusados, é totalmente inoportuna a pretensão de se homenagear o ex-presidente. A menos que os vereadores pretendam enaltecer pessoas suspeitas e os atos dos mesmos, entrando em confronto com a opinião dos cidadãos que estão estarrecidos com a corrupção praticada.

3. Tristes revelações do ministro Fux.

No jornal Folha de S.Paulo deste domingo há extensa reportagem e uma entrevista com o Ministro Luiz Fux, do STF (p.A-10, sob o título: "Em campanha para o STF, Fux procurou Dirceu"), onde o mesmo, sem papas na língua, faz um histórico da sua luta pessoal para obter a indicação política do governo para o cargo que hoje ocupa. A reportagem veio a propósito de acusações de petistas inconformados com sua atuação contrária aos interesses dos mensaleiros, especialmente José Dirceu, o qual teria recebido currículo do ministro para indicação presidencial.
Na entrevista, Fux não se faz de rogado, e contou de seus encontros com Vacarezza, João Paulo Cunha, José Eduardo Cardozo, Zé Dirceu, Delfim Neto, Paulo Maluf, Sérgio Cabral, Antônio Palocci, João Paulo Stédile, além de membros da Fiesp, para solicitar apoio à sua candidatura a ministro do STF, em tentativas efetuadas a partir de 2004, sempre que surgia uma vaga, afirmando: "bati na trave três vezes".
Embora durante o julgamento do mensalão a posição de Fux tenha sido correta, sendo até um dos mais enérgicos, apoiando o relator Joaquim Barbosa sempre, pela teor de sua entrevista podemos aquilatar da urgência no sentido de se mudar a escolha dos futuros membros do STF, afastando-se a influência política sobre um cargo de tamanha importância, no sentido de se eliminar qualquer suspeita sobre os membros da Suprema Corte em seus julgamentos.
A propósito, Gaudêncio Torquato, excelente jornalista do jornal O Estado de S.Paulo, em seu artigo deste domingo, intitulado  "O preço da honra", setor Opinião, analisa com propriedade situações relacionadas ao tema, de forma geral e abrangente, especificamente sobre o tráfico de influências.

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