domingo, 30 de dezembro de 2012

Imprensa "tieta" Sidnei. Câmara rejeita proposta absurda. Texto traduz anseios.

Imprensa "tieta" Sidnei.

Ao término de seu mandato, o prefeito Sidnei Rocha não poderia almejar mais: foi "tietado" várias vezes pelo jornal Comércio da Franca (sábado e domingo) e pelo caderno Folha Ribeirão (Folha de S.Paulo) deste domingo, em uma entrevista dada.
Tendo sucedido prefeitos que tiveram fracas administrações, Sidnei aproveitou, no início de seu mandato, o dinheiro da renovação da concesssão da Sabesp, abiscoitou 30 milhões e recapeou a cidade, que apresentava a malha viária como um queijo suiço, mercê dos péssimos governos que lhe antecederam. Isto lhe rendeu a simpatia da população, que olvidou demais necessidades.
Radialista de origem, teve nas rádios apoios incondicionais e da imprensa escrita tratamento diferenciado, o que lhe proporcionou navegar em mar tranquilo, uma vez que o Poder Legislativo sempre esteve em suas mãos, aprovando todos os seus projetos.
Antes de sair, fez seu sucessor, o qual, antes de tomar posse, já manteve o mesmo secretariado, confirmando a proposta de campanha da "continuidade", o que permite prever que a cidade continuará com os mesmos problemas que metade da população questionou, não apoiando o candidato vitorioso.
Para aqueles que entendem que a saúde, o trânsito, a segurança, o transporte, o meio ambiente encontram-se mal geridos, restará o conformismo.
A política francana fica na esperança de que, um dia, novas lideranças apareçam e transformem o cenário político atual que, como tudo na cidade, depende do monopólio de poucos!

Câmara rejeita proposta absurda.

Um dos últimos intentos do prefeito foi, surpreendentemente, rejeitado pela Câmara dos Vereadores, nos estertores do mandato.
O alcáide, astutamente, pretendia aprovar medida que autoriza a Administração ceder funcionários municipais ao Forum, mais especificamente à Vara da Fazenda Estadual. O motivo seria o elevado número de execuções fiscais ajuizadas pelo município e que tornam o processamento mais moroso em razão do reduzido número de funcionários do cartório.
A medida, aparentemente com o intuito de aumentar a recuperação dos créditos municipais, padecia de dupla conduta antiética: funcionários públicos municipais trabalhando em processos de interesse da própria administração; e, possibilidade de se acomodarem funcionários comissionados visando interesses políticos.
Evidentemente que, se aprovada, a medida estaria sujeita à impugnação do Ministério Público, ou de qualquer interessado eventualmente prejudicado.

Texto traduz anseios.

Texto intitulado "2012, o ano que não terminou", do jornalista Gaudêncio Torquato, do Estadão deste domingo, reflete corretamente anseios nacionais, especialmente as considerações finais:

"Espraia-se o sentimento de que o copo da política poluída transborda. Há visível descompasso entre dois Brasis, o que abre os olhos e o que dorme em berço esplêndido. De um lado se posta um cidadão exigente, um eleitor crítico, um consumidor de serviços consciente, ao lado de um grupamento ainda amarrado ao tronco da secular árvore do patrimonialismo. A esperança é que a força da racionalidade consiga inundar os pulmões da sociedade com o oxigênio de novos padrões. E que todos, margens, centro e topo, possam proclamar, a uma só voz, o brado do profeta Zaratustra: 'Novos caminhos sigo, nova fala me empolga; como todos os criadores, cansei-me das velhas linguagens. Não quer mais o meu espírito caminhar com solas gastas.' "



domingo, 23 de dezembro de 2012

Natal

NATAL

Soneto de Natal.
(Machado de Assis)

Um homem, – era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno, -
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,
Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.
Escolheu o soneto… A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.
E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria o Natal ou mudei eu?”

No verso conhecido de Machado de Assis, a última estrofe é significativa: "Mudaria o Natal ou mudei eu?"
O período natalino, com os dias que o antecedem e os preparativos de todas as famílias, tem significado diverso e especial para cada um de nós. No meu caso, guardo lembranças inesquecíveis, a maioria delas proporcionada pelo meu pai que, infelizmente, há 3 anos, não se encontra fisicamente conosco.
No mês de dezembro, o clima que antecede à festa maior da cristandade, qual seja a do nascimento do Menino Jesus, meu pai criava expectativa e uma aura diferente em todos que o circundavam, desde as visitas que recebia, até as que fazia e que nos levava consigo.
Assim, todos os anos recebíamos costumeiramente, nos dias que antecediam o Natal, inicialmente a visita do industrial Wilson Sábio de Melo, ex-presidente da empresa Samello, da qual meu pai foi advogado por um tempo e amigo de Rotary, que trazia um "scotch" de presente e relembrava casos passados. A seguir, minha tia Elza, junto do esposo Hermantino, também efetuava sua visita trazendo ora um "scotch" ora um legítimo vinho italiano. Também costumava visitar-nos Leandro, outro irmão de meu pai, residente em Ribeirão Preto, palmeirense roxo e pessoa agradabilíssima. Por último, outro irmão, Nelson Palermo, também vinha confraternizar e trazer novo "scotch". Além dos bons papos, o estoque de uísque era renovado nesta ocasião. Também, na véspera do Natal, meu pai recebia uma especial e bem sortida cesta de natal do jornalista Corrêa Neves, com os votos de felicidades.
Mas situação inesquecível e imperdível era a visita à Tia Maria, italiana da gema e esposa de Alcides Franchini, exímia elaboradora dos melhores quitutes italianos, que nos recebia com sua bondade e carisma, na véspera do Natal, oferecendo a melhor pizza que já conheci, acompanhada de  "rospis" (bolinho frito, recheado com alici - anchovas) e doces como "rosetta" (círculos fritos com cobertura de mel), "struffoli" (bolinhas fritas, amontoadas e cobertas com mel e frutas cristalizadas), tudo acompanhado de um bom vinho italiano e agradáveis bate-papos. Era uma festa! E um desafio aos deuses da culinária!
Finalmente, no dia 24, no círculo familiar mais próximo e alguns amigos, havia a "ceia" onde, antecipadamente, meu pai escolhia os melhores vinhos (italianos, franceses, húngaros) que iriam acompanhar o peru, carneiro, tender, frutas secas e tortas doces deliciosas preparadas para a ocasião. Isto era apenas um "aperitivo" para o almoço do dia de Natal, onde ponteava a tradicional lasanha de Estraburgo, especialmente preparada por minha mãe, ao lado de novos pratos e frutas secas, acompanhados de vinhos especiais e o fecho de ouro com champanhes ou astis italianas.
Bons tempos!
Atualmente, restam a saudade e as lembranças de um Natal que não volta jamais, uma vez que meu pai com seu entusiasmo e amor à família tornava a festa algo especial e inigualável. O Natal, para ele, significava, além da festa maior do nascimento de Jesus, o ápice do congraçamento familiar, por ele bem entendido como "ternura familiar". Este dom foi adquirido, como manifestou em uma de suas mais belas crônicas, intitulada "Crônica familiar" (Letras avulsas e ritmos proscritos. 2. ed. ampl. Franca: Ribeirão Gráfica e Editora, 2002. p.131), de sua mãe Maria Teresa a qual "deixara, em abundância e em legado, as sementes da ternura familiar, que misturaria no sangue e na alma de seus filhos e netos".
Hoje, o Natal não tem aquela característica que a presença e atuação paterna moldavam e que o relato acentuou.
Daí a lembrança dos versos de Machado: "Mudaria o Natal ou mudei eu?"
 

domingo, 16 de dezembro de 2012

A marca da violência de uma nação. Na reta final, frustração? Lei em causa própria. Poliesportivo: paraíso dos cães. Lula e Dilma aprovados pelo povo?

A marca da violência de uma nação.

A última chacina ocorrida na pequena cidade de Newtown, nos EUA, onde dezenas de crianças foram assassinadas por um jovem, equipado com diversas armas de guerra, reforça a pecha de país onde a violência é uma característica do povo. Tudo, aparentemente, ligado à formação bélica dos cidadãos que, além do patriotismo acirrado, nascem orientados para o uso das armas como objeto normal para defesa pessoal e familiar. A venda livre de armas sofisticadas, em diversos estados, facilita o uso e a guarda das mesmas. E, em situações como a noticiada, onde as armas são utilizadas por pessoa desequilibrada, tragédias se repetem.
Não foi a primeira vez, nem será a última, tanto é que, logo em seguida, mais casos episódicos ocorreram, felizmente sem o saldo avassalador de vítimas de Newtown.
Não vai adiantar nada, como já ocorreu anteriormente, o Presidente aparecer em cadeias de televisões para lamentar o ocorrido e desejar sentimentos às famílias enlutadas. Urge uma legislação que cubra todo o país, no sentido da proibição da aquisição de armas por civis, além, é claro, de uma conscientização de toda a população para transformação futura do sentimento bélico inerente ao cidadão americano.

Na reta final, frustração?

O STF, na reta final, após longos meses e dezenas de sessões de julgamento do Mensalão, prestes a definir sobre a perda ou não dos mandatos dos deputados condenados, através de decisão da Corte, faltando apenas o voto do ministro Celso Mello, eis que uma gripe forte obriga a internação do mesmo, causando o adiamento de duas sessões.
Como haverá encerramento dos trabalhos do ano na quinta-feira, dando oportunidade para a realização de apenas mais duas sessões, sem a certeza do retorno do ministro Celso Mello e, ainda, com a viagem do ministro Gilmar Mendes para compromisso agendado anteriormente, a nação corre o risco de ver frustrada sua expectativa sobre o final do julgamento com a ciência das punições merecidas.
Assim, somente em fevereiro de 2013 os trabalhos seriam retomados, adiando a conclusão e possibilitando novas articulações nos bastidores judiciais.
Ou seja, fica um vazio nas esperanças de uma aplicação rápida da lei naqueles que elegeram a corrupção como ideal político.

Lei em causa própria.

Os jornais noticiaram, há poucos dias, sem o devido destaque, decretos do prefeito regularizando alguns condomínios particulares (Morada do Verde e Vila Hípica) e que dependiam há anos de decisão sobre poder ou não limitar o acesso aos mesmos.
Sem discutir o mérito ou não das medidas e também o conteúdo das obrigações nelas contidas, por ser situação muito polêmica, a imprensa deixou de informar que o prefeito reside num deles, deixando de analisar o caráter ético da questão.

Poliesportivo: paraíso dos cães.

Várias reclamações foram efetuadas nos meios de comunicação, em relação ao grande número de cães vadios que campeiam nas dependências do Poliesportivo de Franca.
A situação é antiga, e nenhuma providência foi tomada pelos funcionários daquele órgão municipal e também pelos diretores da Feac, a quem é atribuída a administração do local público.
A situação, a continuar a omissão, tende a ficar insuportável, criando sérios riscos aos que se utilizam do Poliesportivo para praticarem suas atividades esportivas ou lazer.

Lula e Dilma aprovados pelo povo?

O jornal Folha de S.Paulo deste domingo coloca em sua manchete: "Se eleição fosse hoje, Dilma ou Lula venceriam" (citando pesquisa da Datafolha). Para todos que assistiram o julgamento do Mensalão, seguido da Operação Porto Seguro, fica difícil acreditar na cegueira popular. A mesma pesquisa sinaliza que cerca de 20% da população ainda acredita não existir corrupção no país.
Ou seja, vai demorar muito tempo para que haja mudanças radicais na situação da nação.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Carnês de IPTU chancelam último ato de Sidnei. Trapalhadas finais da Câmara. Poluição ambiental sonora não tem fim. A importante decisão do STF. Hotel de rede que constrói em Franca é falho em Ribeirão Preto.

Carnês de IPTU chancelam último ato de Sidnei.

Neste final de semana, a Prefeitura iniciou a entrega dos carnês de IPTU-2013. Ao contrário do anunciado pela secretaria de finanças, houve um aumento considerável nos valores cobrados. Trata-se da última "punhalada" do prefeito Sidnei na população francana. Polêmico, bom para muitos que elegeram seu sucessor, ruim para outros tantos que votaram contra, finalmente chega ao término de seu mandato. Franca necessita de uma "sacudida" em todos os setores, pois as carências são muitas e as "obras" executadas se prestaram mais à vaidade do prefeito do que às necessidades reais da cidade. Com o alto montante do orçamento futuro espera-se que o novo prefeito esqueça a "continuidade" e mostre serviço novo.

Trapalhadas finais da Câmara.

A Câmara Municipal de Franca, que para muitos comentaristas se constituiu na pior de todos os tempos, termina seu mandato com vários projetos polêmicos e muito criticados pela população.
Assim, noticia-se que, na próxima sessão, uma das últimas do ano, haverá votação para outorgar-se o título de cidadão francano ao ex-presidente Lula, proposto por vereador petista que não se reelegeu e, ainda, a construção de um "busto" para homenagear um vereador (Joaquim Ribeiro), por ter sido o mesmo o idealizador e construtor do novo prédio da Câmara. Os dois projetos são considerados inoportunos. O primeiro, tendo em conta as últimas notícias ligando Lula aos mensaleiros e à Operação Porto Seguro, de sua protegida Rose. E, o segundo, por vários motivos: o fato de que seria estranho um "busto" para uma pessoa ainda viva; o prédio novo ter apresentado várias falhas de construção; além do fato de o homenageado ter apresentado recentemente projetos duramente condenados e contra os interesses da população.
Ou seja, assim como os últimos atos do Prefeito são criticados, os atos da Câmara também sofrem do mesmo mal.
Conclusão: ainda bem, para a população, que todos estão em final de mandatos.

Poluição ambiental sonora não tem fim.

Ultimamente, várias pessoas têm engrossado o número de reclamações contra os excessos praticados em relação à poluição ambiental sonora, em nossa cidade.
Na semana passada, o conceituado prof. Everton de Paula, da Unifran, cronista do jornal Comércio da Franca, externou toda sua revolta em relação ao elevado som praticado nas dependências do clube Castelinho, proximidades de sua residência, e que usualmente vem perturbando a tranquilidade e o sossego dos moradores dos bairros confrontantes.
Neste domingo, Valdes Rodrigues, responsável pela coluna "Painel" do jornal Comércio da Franca, também engrossou o número de reclamações, ao comentar o "Som abusivo", constante das aparelhagens instaladas em camionetes e picapes, tendo em conta o "som excessivamente estridente".
Em outras oportunidades, neste blog, também comentei tais abusos. Ontem, por exemplo, a partir das 19 horas, em frente ao bar Barcode, na avenida Alonso Y Alonso, pelos menos seis camionetes portando potentes alto-falantes na parte traseira, afrontavam os moradores dos bairros com som excessivo. E continuaram por bom tempo, como sempre sem serem abordados pelas autoridades. Aliás, ali, nas redondezas do posto Select e de uma agência de automóveis, todos os finais de semana grupos se aglomeram e o som alto campeia até de madrugada, fato que se repete, também, nas proximidades do posto Mário Roberto em outro bar.
Como comentou Valdes: "E a polícia? Não deve estar ouvindo..."

A importante decisão do STF.

O STF deve decidir, nesta semana, sobre a perda dos mandatos dos deputados condenados pelos crimes do mensalão.
Além do presidente da Câmara dos Deputados (que é petista), o ministro Lewandowiski (sempre ele), também defende o direito da Câmara de decidir sobre a questão, alegando até invasão de competência constitucional.
Puro engano. A CF, nos artigos 15, III e 55,VI, autoriza a perda do mandato quando ocorrer "condenação criminal", como é o caso em questão.
É evidente que os defensores dos atos dos mensaleiros irão tentar efetuar uma interpretação favorável aos mesmos, mas se o STF seguir a proposta do relator Joaquim Barbosa, que é a mais coerente e justa, os condenados deverão sim perder seus mandatos. Aliás, o prof. José Afonso da Silva, em sua obra "Curso de Direito Constitucional Positivo" (15. ed. São Paulo: Malheiros, 1998. p.387) afirma que a competência, no caso, "só resta ao Judiciário, único que tem poder para dirimir a questão...".
A Câmara dos Deputados, por sua vez, caso queira partir para a alegação de desrespeito ao equilíbrio dos três Poderes, irá se posicionar contra todo o desejo da população brasileira, o que penso não ser aconselhável, pois novas eleições serão realizadas em dois anos e o povo não esquece quem o confronta.

Hotel de rede que constrói em Franca é falho em Ribeirão Preto.

Pude conhecer, pessoalmente, um hotel da rede Arco Hotel, com várias unidades no Estado de S.Paulo, especificamente o da categoria Express, da cidade de Ribeirão Preto, na avenida Maurílio Biagi, neste final de semana. O mesmo não apresentou boas condições, com defeitos no ar condicionado e pesssoal do atendimento muito fraco, além de outros inconvenientes que descredenciam o estabelecimento.
Como em Franca a rede iniciou a construção de uma unidade da mesma categoria Express, vizinha ao "esqueleto" da rotatória da Avenida Paulo VI, caminho do Poliesportivo, é bom que as pessoas fiquem atentas desde já em relação ao empreendimento.

domingo, 2 de dezembro de 2012

A revolta do prof. Everton. Título a Lula? Tristes revelações do ministro Fux.

1. A revolta do prof. Everton.

O conhecido professor Everton de Paula, figura elogiada nos meios culturais, tendo em conta o fato de ser antigo professor de português em escolas públicas e privadas, membro da Academia Francana de Letras, professor e alto dirigente da Unifran, na qualidade de colaborador do jornal Comércio da Franca especialmente do Caderno Nossas Letras, publicou artigo intitulado "A odiosa e infernal música do Castelinho" (p.6, do dia 1/11/12), onde faz crítica severa à poluição sonora existente nas proximidades de sua residência (Santa Rita), imediações do clube Castelinho.
Mais do que um lamento de um cidadão honesto e prestativo, que almeja tranquilidade após rotina de trabalho semanal, sua crônica trata de um problema que, em Franca, passou a ser endêmico, qual seja da poluição sonora, que diz respeito à contravenção penal da perturbação do sossego público e também ligada aos crimes ambientais, ambas, de responsabilidade da Administração Pública e da Justiça.
Há anos o problema do som excessivo, seja em clubes, seja nas ruas, avenidas e imediações dos postos de gasolina, desafia os poderes públicos. Algumas blitz, esporádicas, são realizadas e produzem resultados, como as dos confrontos na região do Bairro S. Joaquim, com enfrentamentos entre a Polícia e causadores dos distúrbios.
Reclamações às vezes são atendidas pela prefeitura, como as já ocorridas no bar Pier 888, com fechamento parcial do estabelecimento. No entanto, alguns estabelecimentos nas proximidades do Galo Branco, posto Select e Mário Roberto, são privilegiados e não recebem as visitas da fiscalização, embora sejam os que costumeiramente, a partir das quintas-feiras e nos feriados, protagonizem espetáculos com sonoridade elevadíssima, além do péssimo gosto (como salientou o prof. Everton). Além disso, frequentadores dos locais, portadores de veículos com potentes alto-falantes, abusam do direito de incomodar os moradores dos bairros Consolação, Lima, Parque dos Lima, Jardim Veneza, sem que qualquer fiscal da Prefeitura ou policial militar procure tomar qualquer providência.
Se no bairro Santa Rita o prof Everton calcula existirem "5 mil cidadãos que não querem ouvir suas músicas...", imagine-se o número dos atingidos nos bairros Consolação, Lima, Parque dos Lima, Veneza, etc.
Enfim, espero sinceramente que o prof. Everton não tome a decisão drástica citada no término de sua crônica, mas que, a partir de sua manifestação, outros cidadãos se unam para exigir das autoridades responsáveis o cumprimento de suas obrigações constitucionais, para que a cidade de Franca deixe de ser o berço do som criminoso ora dominante.

2. Título à Lula?

O jornal Comércio da Franca, deste domingo, sob o título "Ex-presidente Lula deve virar 'cidadão francano' " (p.A-4), informa sobre homenagem que se pretende aprovar na Câmara Municipal, através de projeto apresentado pelo vereador não reeleito do PT, Silas Cuba.
Tendo em conta os últimos acontecimentos envolvendo a alta cúpula do PT, como mensalão e operação Porto Seguro, onde o nome de Lula é citado por suas relações com os acusados, é totalmente inoportuna a pretensão de se homenagear o ex-presidente. A menos que os vereadores pretendam enaltecer pessoas suspeitas e os atos dos mesmos, entrando em confronto com a opinião dos cidadãos que estão estarrecidos com a corrupção praticada.

3. Tristes revelações do ministro Fux.

No jornal Folha de S.Paulo deste domingo há extensa reportagem e uma entrevista com o Ministro Luiz Fux, do STF (p.A-10, sob o título: "Em campanha para o STF, Fux procurou Dirceu"), onde o mesmo, sem papas na língua, faz um histórico da sua luta pessoal para obter a indicação política do governo para o cargo que hoje ocupa. A reportagem veio a propósito de acusações de petistas inconformados com sua atuação contrária aos interesses dos mensaleiros, especialmente José Dirceu, o qual teria recebido currículo do ministro para indicação presidencial.
Na entrevista, Fux não se faz de rogado, e contou de seus encontros com Vacarezza, João Paulo Cunha, José Eduardo Cardozo, Zé Dirceu, Delfim Neto, Paulo Maluf, Sérgio Cabral, Antônio Palocci, João Paulo Stédile, além de membros da Fiesp, para solicitar apoio à sua candidatura a ministro do STF, em tentativas efetuadas a partir de 2004, sempre que surgia uma vaga, afirmando: "bati na trave três vezes".
Embora durante o julgamento do mensalão a posição de Fux tenha sido correta, sendo até um dos mais enérgicos, apoiando o relator Joaquim Barbosa sempre, pela teor de sua entrevista podemos aquilatar da urgência no sentido de se mudar a escolha dos futuros membros do STF, afastando-se a influência política sobre um cargo de tamanha importância, no sentido de se eliminar qualquer suspeita sobre os membros da Suprema Corte em seus julgamentos.
A propósito, Gaudêncio Torquato, excelente jornalista do jornal O Estado de S.Paulo, em seu artigo deste domingo, intitulado  "O preço da honra", setor Opinião, analisa com propriedade situações relacionadas ao tema, de forma geral e abrangente, especificamente sobre o tráfico de influências.