domingo, 12 de julho de 2015

Centenário do "Comércio da Franca".

Centenário do "Comercio da Franca".




No mês de junho passado, o jornal francano "Comércio da Franca" comemorou seus 100 anos. O marco histórico e inédito na cidade foi comemorado com festivo jantar para 550 pessoas, missa, show e bolo para mais de 5000 pessoas. Durante o transcorrer de 2015 o jornal continuará a efetuar comemorações diversas, inclusive há expectativa pelo lançamento de um livro contando a história do mesmo, elaborado por uma jornalista do grupo, que vem pesquisando e colhendo depoimentos há certo tempo.
Fundado por José de Mello em 1915, o jornal passou por vários proprietários como Ricardo Pucci e Alfredo Henrique Costa, até chegar a José Correa Neves e atualmente a seu filho Correa Neves Jr. e esposa Sônia Machiavelli.
No dia 30 de junho, uma edição especial de mais de cem folhas destacou várias matérias e informações sobre grandes reportagens e seus inúmeros redatores e colaboradores ao longo dos anos.
Embora a grande maioria tenha sido lembrada, restou citar colaboradores importantes da gestão de Alfredo Henrique Costa, como Samir Miguel, Magno Dadonas, Reny Parzewski, Silvio Teixeira, Cecim Miguel, Henrique Marconi, Marina de Andrade Marconi, João Roberto Corrêa, assim como  destacar toda a trajetória de colaborador por 66 anos de Alfredo Palermo.
Assim como os grandes jornais, como o "O Estado de S.Paulo", com 140 anos criado por Júlio Mesquita e até hoje nas mãos de sua família, que fazem tradição em influenciar a economia e a política, o "Comércio da Franca" se pautou por grandes lutas em defesa da democracia, da liberdade de imprensa e, principalmente dos direitos da população.
Exemplo no Brasil, o "Estadão", por seu criador Júlio Mesquita, adotou desde sempre postura ética a ser imitada, que segundo Eugênio Bucci "tinha um método sóbrio de separar as coisas (opinião de um lado, informação, de outro; reportagem para cá, publicidade para lá; jornalismo para dentro da redação, política para fora). Não fazia concessões ao sensacionalismo, ao yellow  journalism." (in "Entre a imprensa e a política": O Estado de S. Paulo., p. E4, 14.07.15).
A fase do "artesanato", na direção de Alfredo Henrique Costa, talvez tenha sido a mais rica do jornalismo ideal, onde os protocolos da profissão eram defendidos e utilizados, em que os redatores criticavam com dureza, nunca pelo lado pessoal e sempre reconhecendo os erros ocorridos. Era uma outra época em que se privilegiava noticiário e textos ao contrário de colunismo social, eventos e publicidade, mecanismos incrementados nos tempos modernos. O jornal artesanal, embora cheio de conteúdo, quase sempre dependendo dos assinantes, luta contra a falta de receitas que um jornal moderno sabe angariar, através de publicidades para se manter.
Hoje, na sua fase moderna, o "Comércio" tem grande número de assinantes, um setor de publicidade respeitável e, além disso, entrou na era da mídia eletrônica, recurso utilizado pelos grandes jornais, antevendo que o sucesso já alcançado só tende a crescer e proporcionar bons frutos, deixando a fase precursora como lembrança histórica inesquecível e que foi plenamente lembrada e cultuada nas festividades do centenário.