domingo, 16 de novembro de 2014

Ombudsman da Folha explica demissões. As fatias partidárias da corrupção.


Ombudsman da Folha explica demissões.


Na semana passada, no auge das notícias sobre corrupção, e poucos dias após as eleições, o jornal Folha de S.Paulo, sem quaisquer explicações, demitiu dois de seus mais destacados jornalistas: Fernando Rodrigues e Eliane Cantanhêde, o primeiro com 27 anos de casa e a segunda com 17. Não fosse o brilho dos mesmos, o que causou estranheza maior foi o fato de que durante o pleito os jornalistas manifestaram comentários contrários aos interesses do Planalto, embora até então a equipe de jornalistas se dividisse naqueles que atacavam Dilma e nos que a endeusavam como Jânio de Freitas e Rogério Cézar de Cerqueira Leite, ambos do Conselho Editorial.
Ora, a Folha sempre se pautou pela liberdade de manifestação dada a seus jornalistas, fato que lhe grangeou os milhares de leitores que a seguem há décadas. Para completar, no domingo após as demissões, não foi publicada a coluna Ombudsman, sem qualquer explicação.
Muitos se indignaram, inclusive este que lhes escreve. Assim, como os outros, manifestei meu descontentamento, como leitor, diretamente à Ombusdman, Vera Guimarães Martins, a qual gentilmente me respondeu, via e-mail, no dia 12.11, ajuntando que, neste domingo, daria as explicações que faltaram no domingo passado, quando a coluna não foi publicada.
Pois bem, hoje, a explicação foi dada à Ombudsman, que a repassou. E, quem leu, percebe que, embora a alegação da empresa jornalística tenha sido de que as demissões se deram pela conjuntura econômica, remanejamento de profissionais, etc., não convenceu a ninguém, nem mesmo à Ombusdsman que assim se expressou: "Foram muitas dezenas de mensagens, a maioria movidas pelo mesmo espírito: espanto com o fato, indignação com a forma e revolta com o descaso. A demissão de Fernando Rodrigues e Eliane Cantanhêde foi uma operação desastrosa, não só pela perda que impôs aos leitores, mas principalmente pela falta de sensibilidade na condução do processo. O jornal ignorou aquele a quem serve - o leitor."
É lamentável a atitude da Folha de S.Paulo. A história jornalística da empresa não merecia esta mácula. O ato se assemelhou ao daqueles periódicos interioranos onde o dono do jornal só publica aquilo que lhe convém, censura o que não lhe interessa e trata seus colunistas como mero fantoches.


As fatias partidárias da corrupção.


Neste final de semana, mais uma vez a Polícia Federal mostrou-se como o grande órgão público que ainda vem executando com galhardia sua função constitucional: prendeu duas dezenas de empresários ligados à Operação Lava-Jato, em continuidade à delação premiada de Yosseff e Paulo Costa diretamente ligados ao maior caso de corrupção na história do Brasil.
Divulgou-se, com segurança, aquilo que se suspeitava: as empreiteiras fatiavam propinas divididas entre os partidos PT, PMDB e PP, cada qual recebendo de uma área específica nas concorrências da Petrobrás.
Assim, o próximo passo, será conhecer e prender os políticos ligados àqueles partidos e que se beneficiaram de valores de toda a sociedade brasileira. Está na hora de se dar um basta ao que o jornal Folha de S.Paulo, em seu editorial deste domingo, qualificou, no sentido de que "governo, estatal e Congresso mantêm inércia próxima da conivência."
Mas, o que a maior parte da Nação aspira é, sem dúvida, a responsabilização daquela que sempre vem se esquivando, a presidente Dilma, recém reeleita num clima de desconfiança sobre fraude eleitoral e outras irregularidades.
Como sugeriu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, está na hora do povo "sair às ruas".