segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Franca : 192 anos e perspectivas.

Franca: 192 anos e perspectivas.


Franca comemora, nesta data, 192 anos bem vividos, prestes a iniciar uma nova era política e administrativa que promete alterar uma vigência anacrônica de muitos anos, fruto de escolhas equivocadas de administradores.
A esperança, que paira no ar, é fruto do excelente caráter de seu povo, muito bem analisado numa obra histórica essencial  "A Franca. Apontamentos sobre sua história, suas instituições e sua gente" (Alfredo Palermo. Franca: Copgraf. Editorial, 1980. p.77). Neste tópico da obra, embora mencionando o que Estevão Leão Bourroul diz sobre os primórdios de Franca,  em estudo ("Origens da Franca")  citando outros autores, havia informado que "os primeiros povoadores do' Arraial Bonito do Capim Mimoso' ou ' Belo Sertão do Rio Pardo', nem sempre eram pessoas pacíficas, mas alguns fugiam da Justiça ", afirma: "Franca é uma comunidade tranquila, operosa, otimista, sentimental, religiosa, com profunda sensibilidade para a sua História e o seu passado, cujos episódios culminantes evoca e comenta com entusiasmo." Esse entendimento de Alfredo Palermo é reforçado, a seguir, quando afirma que "a fundação da Freguesia da Franca, porém, levada a cabo por famílias mineiras, de boa procedência, com o espírito de estabilidade, trouxe para esta região as virtudes da gente das Minas Gerais." (idem, p.82). Justifica-se citando a liderança do Capitão Hipólito Antônio Pinheiro, mineiro, que defendia a ordem, a paz e a segurança para os primeiros moradores.
É verdade. Franca, com suas divisas mineiras, recebeu e recebe ainda grandes influências do bom povo mineiro.
Além de povo ordeiro e obreiro, sempre cultivou as letras e frutificou ensaios poéticos brilhantes de seus moradores, que manifestaram seu amor pela cidade:

"Cantem, cantem todos,
poetas e prosadores,
este Brasil grandioso,
este Brasil descomunal!
Ficarei contigo, Franca,
minha doce Franca,
a cantar baixinho,
só para mim,
a tua beleza sem par,
o teu céu anil..." (Mário D'Elia. "Franca" in "Franca em Revista", 1961)

Ou:

"Franca das grupiaras, dos diamantes,
Terra das gabirobas, das boninas,
Vanguarda das paragens bandeirantes,
Atenas dos planaltos e campinas..." (Jonas Deocleciano Ribeiro. "Recordações", 1961)

No entanto, ninguém expressou tanto seu amor pela cidade quanto o autor da letra de seu hino, Alfredo Palermo:

"Salve Franca, cidade querida, Áurea gema do chão brasileiro, Teu trabalho é uma luta renhida, Sob a luz paternal do Cruzeiro. No sacrário de mil oficinas, Teu civismo é mais santo e mais puro, Labutando é que a todos ensinas O roteiro de luz do futuro. Estribilho Juventude, memoremos A bravura ancestral, E a pureza, A beleza Desta terra sem rival, Seresteiros, evoquemos Um pretérito imortal, Pois, na presente grandeza, Fulge a grata certeza De um porvir sem igual.  

És florão da grandeza paulista, Semeada em teu chão feiticeiro: Teu café em aleias se avista, Soberano, em seu reino altaneiro. Salve Franca de tardes douradas, Três Colinas amenas, ridentes: Relembro tuas glórias passadas, Outras glórias sonhamos presentes!"

E, é pelo caráter do povo francano, que se esperam mudanças no futuro, a partir de uma nova geração de políticos escolhida pelo povo para transformar uma era de estagnação em uma era de realizações estruturais que a cidade vem aspirando há muito tempo.

Parabéns, Franca!