domingo, 13 de janeiro de 2019

Mito ou lenda?

Com a recente eleição presidencial encerramos um ciclo e iniciamos outro. Todos ou quase todos que elegeram Bolsonaro o fizeram justamente para que fosse possível o início de um novo ciclo.
Maltratado, espoliado e destroçado o país, pelo governo corrupto de um socialismo deturpado criado pelo PT e seu líder Lula, uma verdadeira organização criminosa atuou num período de 13 anos e muita destruição foi acumulada.  Não fora a existência da Operação Lava Jato que deu início a uma revolução investigativa e que gerou o início de uma limpeza processual criminal, e o país, provavelmente, estaria ainda a sofrer os percalços dos abutres políticos lulistas e de partidos outros  que o cercaram.
A eleição de Bolsonaro, o qual representava a única alternativa ao corte abrupto do sistema político corrupto implantado por Lula e seus asseclas, veio trazer à população a esperança de novos dias e novas formas de administração pública. Assim, a expectativa é enorme e as cobranças em igual volume. Já, há muito tempo, o festejado Rousseau afirmava que o governo "é um corpo intermediário estabelecido entre os súditos e o soberano para sua mútua correspondência, encarregado da execução das leis e da manifestação da liberdade, tanto civil como política", (in Bonavides, Paulo. Ciência Política. 22 ed. São Paulo; Malheiros editores, 2015. p.214). Bonavides também cita frase marcante do jurista Boris Mirkine-Guetzévitch que complementa tal raciocínio: "governar..., não é somente 'executar' ou aplicar as leis; governar é dar impulso à vida pública, tomar iniciativa, preparar as leis, nomear, revogar, punir, atuar. Atuar sobretudo". (op.cit. p.215).
É exatamente isto que a partir do dia 1º de janeiro o povo espera do governante que elegeu: atuação!
Os primeiros dias foram confusos, com prós e contras. A escolha do ministério, na sua grande maioria, foi correta, com talvez pelos menos duas exceções: Relações Exteriores e Direitos Humanos, da Mulher e da Família, onde os escolhidos parecem estar fora do contexto necessário. Por outro lado, ainda não ocorreram gestões daqueles de quem mais se espera: os ministros da Economia e da Justiça, duas estrelas solitárias no conjunto. Há, também, a ausência de um porta voz presidencial, fato que proporcionou diversas confusões e declarações contraditórias entre ministros e o presidente. Além disso, ainda não foi esclarecida a situação do assessor do filho de Bolsonaro na Assembléia Legislativa, bem como repercutiu mal a "promoção" do filho do vice presidente no Banco do Brasil e a indicação de um amigo do presidente para cargo superior na Petrobrás. Tudo, fruto da inexperiência de quem não havia ainda exercido o cargo maior do Executivo, havendo tido apenas experiência longa no Legislativo.
Portanto, o trem tem uma bela locomotiva que, por enquanto, ainda não está andando nos trilhos.
A "cereja do bolo", o projeto da Reforma da Previdência, tido como a mais importante necessidade da nação, aguarda pelo pronunciamento de seus criadores em breve. Aí, sim, sendo bem aceito e aprovado pelo Congresso, poder-se-á ter uma noção clara sobre o futuro do novo governo, bem como ter a certeza se a decisão popular foi acertada ou não. Enquanto isto, só resta esperar... e....rezar!
Na antiguidade, para suprir fenômenos e personagens fantásticos e inexplicáveis, criaram-se os chamados mitos. São personagens fictícios, deuses, heróis. Nas eleições, os adeptos elevaram Bolsonaro à categoria de mito, fato aceito mas não explorado por ele.
Por outro lado, há a lenda, que é um fato histórico, relacionado a personagem e que dito de pessoa a pessoa alcança simbologia maior, recebendo tratamento fantástico. Robin Hood é exemplo de lenda. Pelé, de certa forma, também o poderia ser. Caso Bolsonaro atenda às expectativas criadas por seus eleitores, no futuro poderá ser tratado mais como uma lenda do que como um mito. É o que se espera!