sexta-feira, 30 de julho de 2010

Comércio da Franca - Notícias locais, região, policiais, esporte, arte, eventos, turismo, cinema, revistas, blogs

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É preciso esclarecer

A Prefeitura Municipal de Franca continua devendo uma resposta aos contribuintes francanos sobre a desapropriação dos imóveis no entorno da Praça do Cemitério da Saudade, no Centro de Franca. Ontem foi o prazo final para que os locatários deixassem o local. A ideia da Prefeitura é transformar o espaço, que totaliza uma área de 661 metros quadrados, em um Centro Cultural em homenagem à atriz Regina Duarte, que teria nascido em um dos imóveis. Para isso, seis proprietários de estabelecimentos comerciais tiveram que cerrar as portas e procurar um novo endereço. Afinal, até o momento a Prefeitura ainda não deu qualquer esclarecimento sobre os projetos que serão desenvolvidos no local e quanto será efetivamente gasto na reforma e adequação dos imóveis. O que se sabe, extraoficialmente, é que a municipalidade teria despendido algo em torno de R$ 1,5 milhão na desapropriação, que já teriam sido pagos ao proprietário dos imóveis. Com isso, a Prefeitura Municipal obrigou uma floricultura - que se estabeleceu no local há mais de 20 anos - a deixar o local. Com ela, mais cinco estabelecimentos (quem tinha menos tempo de comércio estava ali há três anos), sem que se entendam o critério e a necessidade destes desalojamento e investimento.
Não se discute a importância da atriz Regina Duarte para a cultura nacional. Um dos ícones da dramaturgia brasileira (atuou com brilhantismo no teatro, na televisão e no cinema), ela merece uma homenagem da terra onde nasceu, mesmo que não destaque tanto a sua Franca de nascimento em suas entrevistas.
Dona de terrenos em vários pontos da cidade, a Prefeitura poderia investir na construção, em um destes locais, do Centro Cultural “Regina Duarte”. Ou explicar por que não o faz. Por certo uma construção em terreno de tamanho semelhante ao desapropriado em outra área que não a central, eliminando a necessidade de indenização do proprietário - ficaria muito mais barata. E a falta de esclarecimentos a respeito denota descaso para com o dinheiro do contribuinte francano. Mesmo com a manifestação de queixas e questionamentos a respeito do processo em andamento, o Executivo municipal segue sem prestar contas do que examente pretende fazer, pelo menos neste caso. A existência de um projeto, a projeção de gastos e a necessidade da instalação deste Centro Cultural precisam ser explicados com mais detalhes pelo poder público, para que o francano possa acompanhar com clareza os investimentos que são feitos com o dinheiro dos seus tributos e se manifestar contrariamente se perceber alguma irregularidade. A falta de clareza torna qualquer tipo de iniciativa do poder público questionável. É preciso estar atento a isso.

Eis o meu comentário:

Oportuno o editorial do “Comércio da Franca”. Na verdade, desde a divulgação dessa estranha desapropriação os cidadãos francanos questionam quais os reais motivos que a motivaram. Como ensina nosso maior administrativista, Celso Antônio Bandeira de Mello (Curso de Direito Admnistrativo.12 ed. 2000. p.693): “Os requisitos ou condições que autorizam a desapropriação são os previstos no art.5, XXIV, do Texto Constitucional, ou seja: necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro, no caso da desaporopriação comum, prevista no citado art.5, XXIV, da Constituição, e em títulos especiais da dívida pública, quando se tratar de desapropriação para política urbana ou reforma agrária, nos termos e condições dos arts.182 e 184 e ss., respectivamente. A definição das hipóteses em que se reputa existente necessidade pública, utilidade pública ou interesse social cabe a normas infraconstitucionais.”

Como informa o texto jornalístico, não foram dados esclarecimentos públicos sobre a criticada desapropriação, restando ser confirmada a versão de construção de um “Centro Cultural” em homenagem à atriz Regina Duarte, ainda viva, pelo fato dela ter nascido na cidade.

Ora, não se questionando o valor pessoal da conhecida atriz, custa crer que tal motivo ensejaria a única hipótese viável de desapropriação, no caso, ou seja utilidade pública (enquadrando-se nos casos de divulgação de natureza artística). Seria forçar demais.

Por outro lado, se  verdadeiro o valor citado pago,  é elevado (cerca de R$1.500.000,00), por uma área de aproximadamente 600 metros quadrados.  Ainda que em região central, é questionável e merecedor da fiscalização dos órgãos competentes, como Câmara de Vereadores e Ministério Público.

Novamente, voltamos a citar o prof Celso Antônio (op.cit., p.710) o qual pondera sobra a discricionariedade do Poder Público, em tais situações: “A discricionariedade dentro das hipóteses legais de desapropriação, não é, evidentemente, possibilidade aberta ao Poder Público de servir-se formalmente das expressões legais para atribuir-lhes a força de instrumento de satisfação de propósitos alheios aos que a lei protege, deseja e expressa. Ato de tal natureza configura desvio de poder e deve ser coartado pelo Judiciário através de meio eficaz, isto é, na própria ação de desapropriação, sob pena de não resultar na proteção pleiteada a valor jurídico resguardável.”

Aliás, outros assuntos já noticiados no mesmo jornal, como, por exemplo, respeitável verba autorizada sem maiores discussões pelo Legislativo, destinada à FEAC, deveriam ser objeto de maior fiscalização pelos órgãos responsáveis. Afinal, dinheiro público deve sempre ser bem aplicado. Nunca, para interesses escusos, ou em benefício de interesses particulares.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Exemplo comovente de amor à vida

O jornal local, Comércio da Franca, em sua edição de hoje (22.07), publicou nota que mostra como o amor à vida aliado a imensa força de vontade faz com que seres humanos especiais atinjam objetivos difíceis, servindo de paradigma para aqueles que, à primeira dificuldade, esmorecem. Na notícia, há narrativa do roteiro de um jovem, de 29 anos, acometido de doença rara, denominada "Síndrome de Duchenne", a qual paulatinamente atrofia músculos paralizando membros e que, apesar dela, já escreveu dois livros, abriu uma empresa com um amigo e ainda afirma só "pensar em viver".
Exemplo a ser elogiado e seguido.

Obs. O título da notícia é "Depois de livros, Fabrício abre empresa." (p. A-4)

A matéria pode ser lida através do seguinte link:
http://www.comerciodafranca.com.br/materia.php?id=59187&materia=Depoisdelivros,Fabricioabreempresa

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Como não fazer gestão pública

Incrível. Na cidade de Franca, SP, onde o Prefeito tem aceitação popular semelhante à do Presidente, acontecem fatos que precisam ser contados para que se saiba como ainda ocorrem más gestões administrativas neste País.
Eis que, foram publicadas duas notícias, no jornal local Comércio da Franca, de 11 de julho de 2010, a primeira sob o título "Aqui deverá surgir um shopping popular",pg. A-17, de autoria de Valdes Rodrigues e a segunda, "Prefeitura constrói "piscinão" para evitar enchentes." pg.A-7.
Na primeira, o colunista comenta informações por ele obtidas "por fonte segura da Prefeitura", no sentido de que o antigo prédio de um clube local (AEC) adquirido por um empresário, após reforma, será destinado para shopping ou mercado popular. Adianta, a seguir, que a preferência seria dada a comerciantes que ocupam praças locais do Banco Itaú e 9 de Julho, onde existem dois "camelódromos". O interessante vem depois: o colunista salienta que nada será obrigatório e que o fiscal de posturas da Prefeitura, Ismael Xavier, entende que "é preciso respeitar a atividade que representa o sustento daqueles trabalhadores há muito tempo." Nosso comentário: eu não acredito que a Municipalidade vai perder a oportunidade de livrar duas belas praças públicas da algazarra e feiura dos camelódromos lá existentes. Primeiro ponto negativo de falta de gestão pública.
Quanto à segunda nota, relacionada à construção do "piscinão", a situação é mais triste. Eis que o referido "piscinão", segundo informações, está sendo construído para ajudar a conter as águas das chuvas torrenciais e como auxílio para evitar as inundações que ocorrem na região do "entorno do Posto Galo Branco", que, por sua vez, também está vivenciando obras patrocinadas pela Prefeitura. As referidas obras, desde seu início, vêm causando enorme confusão no trânsito da região e se destinam a acabar de vez com reiteradas obras fracassadas anteriormente, inclusive pela gestão atual. Mas, o que causa espanto é a declaração estampada na nota, atribuída ao Presidente da Emdef (Empresa Municipal para o Desenvolvimento de Franca), sr. João Marcos Rodrigues, o qual não garante a obra que dirige: "As obras foram feitas com base em cálculos empíricos e, por mais eficientes que sejam esses cálculos, a natureza às vezes nos dribla, e pode acontecer de haver uma densidade muito grande de água que a obra não possa suportar."
Muito bem, então uma empresa, com engenheiros, técnicos, etc., gastando uma fábula do dinheiro público, tem um representante que afirma categoricamente que os cálculos são "empíricos" ?
Nosso melhor administrativista, Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello (Curso de Direito Administrativo, Malheiros. 12a.ed. 2000, p.91), comentando o princípio da responsabilidade do Estado por atos administrativos, é claro: "De acordo com nosso Direito, a responsabilidade do Estado é ampla e generosamente contemplada no próprio Texto Constitucional. O art.37, parágrafo sexto, estabelece que "As pessoas jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa." Por sua vez, o inigualável Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro, Malheiros,ed. 24 ed.1999,p.91) tratando do "dever de eficiência", princípio erigido pela EC19 ao caput do art 37 da CF, afirma : "A eficiência funcional é, pois, considerada em sentido amplo, abrangendo não só a produtividade do exercente do cargo ou da função como a perfeição do trabalho e sua adequação técnica aos fins visados pela Administração, para o que se avaliam os resultados, confrontam-se os desempenhos e se aperfeiçoa o pessoal através de seleção e treinamento. Assim, a verificação da eficiência atinge os aspectos quantitativo e qualitativo do serviço, para aquilatar do seu rendimento efetivo, do seu custo operacional e da sua real utilidade para os administrados e para a Administração." E, mais adiante, conclui: "Realmente, não cabe à Administração decidir por critério leigo quando há critério técnico solucionando o assunto."
E, eu pergunto, será que o referido Presidente da Emdef tem noção disso?

terça-feira, 6 de julho de 2010

A imprensa escrita não irá acabar

Outro dia li algo que me escandalizou. Certa pessoa, que se diz jornalista, escreveu que, no futuro, inapelavelmente a imprensa escrita estará fadada ao extermínio tendo em conta o avanço dos meios eletrônicos de comunicação. Ainda bem que o autor de tal desvario não tem pedigree suficiente para defender com lastro tal afirmação que, a mim, soa como simples ato de falastrão.
Li, certa época, artigo do proprietário do maior jornal existente (New York Times), em que o mesmo comentava o uso daquele órgão dos meios eletrônicos mas, ao mesmo tempo, afirmava categoricamente e, com base, que o jornal, na forma tradicional, sempre iria existir e, ainda, sempre iriam existir interessados neste tipo de meio de comunicação. Fiquei aliviado, na época.
Aquela imagem, do cachorrinho da casa, trazendo o jornal ao dono, tão logo acontecia o arremesso do jornaleiro no quintal das casas, bem como, a figura da leitura matinal do jornal, numa mesa farta de quitutes do café da manhã de uma família tradicional, que sempre me veem à cabeça, não vão acabar nunca.
E, domingo, na Folha de S.Paulo, edição IMPRESSA, li artigo interessante do ótimo Gilberto Dimenstein, jornalista afeito, entre outros assuntos, à educação, a seguinte colocação: "Trabalhando com educação e comunicação em escolas e projetos sociais, aprendi que um dos melhores jeitos de seduzir estudantes é usar a notícia como matéria prima e associá-la ao currículo."
É mais um que, ao contrário de outros "pseudo jornalistas", dá importância à comunicação eletrônica, mas, ao mesmo tempo, não descarta nunca a existência da imprensa escrita.
É isso aí.