sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A difícil escolha.

A difícil escolha.

"A vida é a soma das suas escolhas" (Albert Camus)

Etimologicamente, eleições vêm do latim "electio", que significa "escolha". Eleger é escolher. Trata-se, no entanto, de uma das mais difíceis situações a que uma pessoa está sujeita. Isto porque, a opção errada pode trazer danos irreparáveis naquilo que foi decidido.
No meu modo de ver, no contexto geral, quase sempre, as escolhas não são as ideais. Veja-se, por exemplo, nunca se escolhem as pessoas certas para os cargos de liderança, não só para os cargos públicos, mas também para entidades civis, como as de representação de classe. Na área da qual faço parte, há bom tempo não vejo escolhas bem sucedidas nos órgãos da advocacia. Os grandes nomes que representaram a Ordem dos Advogados, não só em âmbito das secções nacionais e estaduais, se escassearam. Isto tudo, acredito, não pela falta de nomes, mas por escolhas mal feitas, além da falta de disponibilidade daqueles que realmente deveriam assumir tais encargos.
Uma rápida passada de olhos por outros setores mostra que a carência é geral, atingindo quase todas as classes dirigentes. Isto ocasiona uma bola de neve que, inevitavelmente, atinge de forma catastrófica e reflexiva na escolha errada dos políticos, nas suas mais variadas formas de representação, seja no âmbito municipal, estadual ou federal.
Já votei muitas vezes. E muitas vezes tive desilusões. Mas, como ensinou Winston Churchill, inegavelmente um grande político: "política é tão excitante quanto a guerra, e quase tão perigosa. Na guerra, você só pode ser morto uma vez, mas, em política, muitas vezes".
A desilusão, por outro lado, não pode gerar o desejo de não escolher, porque não querer eleger é contribuir para que alguém se eleja. Angustiante dilema.
O cronista Fernando Sabino afirmou, certa vez, que "o diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove".
A situação, em todos os âmbitos da vida, se apresenta como a de enfrentar e optar pelas melhores escolhas. De forma otimista, esperemos que as pessoas não só saibam escolher melhor seus representantes de classes, como também aqueles que os representarão na órbita política para que, neste labirinto em que o Brasil se encontra, possamos ver a luz no fim do túnel brilhar para um horizonte mais fecundo e feliz. Que não se iludam com falsos salvadores da Pátria, como Luciano Hulk ou Jair Bolsonaro, lembrando o estigma Collor de outrora. Que surjam novos nomes, de qualidade, para que este desejo se realize. Como, sabiamente, ensinou o poeta Pablo Neruda: "você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências".