domingo, 28 de setembro de 2014

Marina e o caráter nacional.

Marina e o caráter nacional.


Marina apareceu na disputa presidencial em virtude do trágico acidente sofrido pelo candidato Eduardo Campos, da qual era vice na chapa e se tornou substituta nesta disputa.
Marina que já havia disputado a eleição presidencial anterior, embora não vitoriosa, já conquistara 20 milhões de eleitores e se apresentava com boas condições de carregar o ideal de Campos. À época que assumiu o encargo deixado por Eduardo Campos, a dupla amargava o terceiro lugar nas pesquisas de opinião. E, em uma semana a nova postulante encostou na primeira colocada, tornando-se um tsunami político e preocupando Dilma e Aécio, atônitos com a situação.
A reação dos dois veio com ataques furiosos à pessoa de Marina atingindo-a por insistentes propagandas difamatórias tanto no horário eleitoral como nas redes sociais. Dilma, a mais prejudicada nos índices de preferência das pesquisas, foi quem mais usou de técnicas sujas e o resultado foi eficiente.
Se verdadeiros os dados das pesquisas, atualmente Dilma voltou a liderar, com folga sobre Marina e Aécio, no primeiro turno. No segundo turno, se ocorrer, a situação embora indefinida, ainda coloca Dilma como vitoriosa.
Tudo isso nos leva a crer que, mesmo o Brasil encontrando-se no período mais prolífico de corrupção e na maior crise econômica, no governo Dilma, a população mostra-se insensível a mudanças, levando a crer que aos estudos sistemáticos sobre o caráter do brasileiro, tão bem delineados por Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Jr., Euclides da Cunha e, mais recentemente, Dante Moreira Leite (O caráter nacional brasileiro, Ed. Unesp, 2002), e muitos outros, irá se somar aqueles que se incluem aos de sociabilidade, conformismo, apatia, cordialidade: o da ausência total de amor à política e à moral. Neste sentido cabe lembrar as lições de Bobbio, Matteucci e Pasquino (Dicionário de Política. v.2. Brasília: Universitária, 1995. p.962 , sobre o contraste entre moral e política, entendido como o contraste entre ética individual e ética do grupo: "A afirmação de que Política é a razão do Estado encontra perfeita correspondência na afirmação de que a moral é a razão do indivíduo. São duas razões que quase nunca se encontram: é até desse contraste que se tem valido a história secular do conflito entre moral e Política".
Ora, o Brasil, após 12 anos de governo petista, encontra-se à bancarrota, o período foi o de ocorrência de maiores corrupções, principalmente ligadas ao PT e seus dirigentes, do qual a atual presidente faz parte e almeja a reeleição e, mesmo surgindo alternativas como Marina e Aécio, as pesquisas apontam Dilma como a preferida dos eleitores.
Ou seja, vencendo Dilma, como apontam as pesquisas, estaremos realmente comprovando que no Brasil mais dois aspectos perfazem o perfil nacional, outrora analisado pelos estudiosos dos aspectos sociais citados: ausência total do amor à política e à moral!