Juízes trabalhistas lutando por subsídios maiores.
A notícia reproduzida no jornal Comércio da Franca de sábado, sob o título "Juízes brasileiros vão à OEA pedir reajuste" (p.B-1), informando que a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) "denunciou o Brasil à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, sediada em Washington, sob a acusação de desrespeitar os princípios constitucionais da independência harmônica entre os três poderes da república e da revisão anual dos subsídios de todos os servidores públicos" soa como uma blasfêmia em um país onde a grande maioria dos jurisdicionados trabalhistas vive do salário mínimo, o qual, embora sofra reajustes anuais, ainda está aquém do determinado constitucionalmente.
Segundo revela a notícia, os membros da Anamatra justificam sua providência pelo fato de não terem tido acolhida do STF em suas pretensões, além de serem ignorados pelos Poderes Executivo e Legislativo.
A posição da Anamatra, como cúpula de órgão representativo, nem sempre como ocorre em outras cúpulas de órgãos de classe, reflete o posicionamento dos filiados e, neste caso, certamente não reflete o entendimento da maioria dos juízes trabalhistas, os quais, como ninguém, conhecem a situação da maioria dos trabalhadores brasileiros que sobrevivem com os parcos valores do salário mínimo. Daí, não se justificar, no Brasil, juízes se posicionarem perante a OEA porque "juízes do trabalho com 20 anos de carreira recebam hoje cerca de R$ 15 mil líquidos."
Ou seja, órgãos de classe às vezes tomam posições que, na verdade, atingem a própria classe, como esta que agora estamos vendo e que se assemelha àquela outra de outra entidade de juízes que se posicionou contra a ministra Eliana Calmon, então à frente do CNJ, quando a mesma pretendia investigar juízes acusados de corrupção.
Simplesmente, os juízes devem assumir a sua posição de povo e, o que é mais importante, saber se acomodarem com as mazelas das pessoas comuns. Caso contrário, estarão indo contra o conceito constitucional primordial de que todos são iguais perante a lei.
Museu Histórico abandonado.
Quem passa defronte o prédio do Museu Histórico de Franca, na confluência das ruas Campos Sales com General Carneiro, em pleno centro da cidade, não pode deixar de ficar indignado com o descaso do Poder Público Municipal para com o mesmo. Dá a impressão de não ter recebido pintura há anos, além do total abandono de seu jardim, onde o mato cresce assustadoramente.
Uma reportagem do jornal Comércio da Franca, deste domingo, sob o título "Museu Histórico sofre com goteiras e falta de rampas" (p.A-17), confirma o total abandono em que se encontra o Museu Histórico, local que guarda importantes documentos e peças da nossa história.
Lamentavelmente, informa a notícia que a Feac (Fundação de Esportes, Arte e Cultura) responsável pela estrutura do prédio que abriga o museu, através de um dos seus funcionários afirma: "Restaurar o museu é uma das prioridades, desde que a gente consiga verbas". Já o prefeito Alexandre, ao jornal, afirmou "que não há nenhum projeto específico para o museu."
Ora, tenham a paciência! A Feac, todos sabem, e basta ler as publicações oficiais do órgão no jornal Comércio da Franca, recebe grandes dotações financeiras e, certamente, não é verdadeira a afirmação de "falta de verbas". Todos sabem também sobre a fortuna que é destinada pela Feac, anualmente, ao basquete, que é uma entidade privada, sem qualquer retorno até o momento. Tais verbas bastariam, se bem empregadas, para os devidos reparos às necessidades urgentes do Museu.
Por outro lado, o prefeito anterior, patrono do atual, destinou grandes verbas para aquisição de imóvel na Praça do Cemitério, destinado a erigir um museu dedicado à atriz Regina Duarte, apenas pelo fato de a mesma ter nascido em Franca, embora nunca tenha propagado tal fato. E, para este objetivo houve verba, e ainda haverá mais, eis que a obra de construção do referido "museu" está em andamento. Ou seja, o Museu Histórico de Franca, orgulho da cidade e local que guarda grande parte do acervo de nossa história, não representa nada para a atual administração, que repete a anterior em todos os sentidos, confirmando sua proposta de "continuidade"!
Prefeito de Franca tutela monopólios.
Franca, tradicionalmente, está marcada pela grande influência dos monopólios: político, saúde, educação, indústria calçadista, comércio atacadista e varejista, meios de comunicação, transporte público municipal, intermunicipal, etc.
Uma mudança conceitual esperada, visando o progresso da cidade, parece estar cada vez mais distante dos cidadãos francanos. Em reportagem do jornal Folha Ribeirão, do grupo Folha de S.Paulo, deste domingo, sob o título: "Franca descarta isenções para empresas" (p.F-2), o atual prefeito "descarta a possibilidade de conceder benefícios fiscais e isenções de impostos para indústrias que queiram se instalar na cidade." Ao contrário da maioria dos administradores de outros municípios, os quais propiciam o recrudescimento de novas indústrias através de benefícios fiscais, o prefeito de Franca entende ser melhor "ajudar os empresários já instalados na cidade, dando a eles suporte na obtenção de empréstimos e financiamento de instituições e bancos públicos."
Ou seja, mais do mesmo: monopólios, para que a cidade continue embotida nos mesmos círculos dominantes de sempre.
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