domingo, 20 de janeiro de 2013

Lula constrange Haddad. Buracos infernizam a vida de francanos. Desilusão provoca apartidarismo.


Lula constrange Haddad.

Recentemente, os jornais noticiaram a visita de Lula ao prefeito Fernando Haddad, de São Paulo, o qual o recebeu com todo o secretariado. Tanto nos vídeos, como nas fotos, o que se percebeu da reunião foi uma atitude de "chefe", de Lula, dando "ordens" a seus "comandados", com Haddad mantendo-se em posição de ouvinte e com ares de "subordinado".
É verdade que Lula foi o responsável maior pela eleição de Haddad, até então um ilustre desconhecido dos cidadãos paulistanos, mas o ato serviu apenas para mostrar que Haddad ainda tem muito que aprender e, o que é mais importante, assumir o fato de que foi eleito pela maioria dos paulistanos, não devendo ter a obrigação de prestar contas seja a Lula seja ao PT, seu partido.
No Brasil, como bem salientou o jornalista Sérgio Dávila, da Folha de S.Paulo, em seu artigo intitulado "Homem novo, raposa velha" (p.A-2, deste domingo), não há o costume que há nos EUA, onde presidentes, depois de exercerem ou não dois mandatos consecutivos "respeitam a regra não escrita segundo a qual ex-presidente também não disputa outro cargo eletivo após deixar a Casa Branca. Nem dá palpites na gestão dos outros, sejam presidentes, governadores ou prefeitos." E diz mais: "Por aqui, por falta de lei e de costume, nossos ex-presidentes ficam boiando num perigoso limbo político, sempre tentados a voltar a uma disputazinha nas urnas."

Buracos infernizam a vida dos francanos.

O ex-prefeito Sidnei Rocha, ao sair de cena, disse que sua maior conquista teria sido o fato de ter recapeado 400 km de ruas da cidade.
Ironicamente, poucos dias depois, já no início do mandato do novo prefeito, outra conquista de Sidnei, a cidade se vê às voltas com uma "cascata" de buracos provocados pelas chuvas de verão.
Como consequência, teria sido implantado um serviço de "disque-buracos" pela Prefeitura, propiciando aos munícipes um meio de informarem a administração sobre a localização dos buracos para que providências sejam realizadas. Segundo informação do jornal Comércio da Franca, de 19.0.2013, sob o título "Enxurrada de telefonemas 'lota' serviço tapa-buraco": "em um dia e meio de funcionamento, o recém-criado serviço de Disque-Buraco da Prefeitura de Franca já recebeu mais de 150 ligações, pedindo conserto de ruas ou avenidas...".
A pergunta que fica é a seguinte: a qualidade do asfalto utilizada nos 400 km do recapeamento efetuado pelo ex-prefeito tem durabilidade de um mandato apenas, ou os buracos atuais são todos eles novos e em locais onde não houve o propalado recapeamento? Uma boa questão para os nobres vereadores discutirem.

Desilusão provoca apartidarismo.

Notícia interessante publicada no jornal Estado de S.Paulo, de hoje, sob o título "Apartidários são a maioria no País pela primeira vez desde a redemocratização", no setor Notícias. Política. Na nota é mencionada pesquisa efetuada pelo Ibope, com dados que informam que 56% da população não tem interesse em um partido específico:

 "Pela primeira vez desde 1988, o número de brasileiros que se declara apartidário superou o de pessoas que afirmam ter preferência por alguma legenda política. Levantamento feito pelo Ibope, a pedido do Estado, mostra que, no final de 2012, 56% das pessoas diziam não ter nenhuma preferência partidária, contra 44% que apontavam preferência por alguma legenda. Vinte e quatro anos antes, na esteira da redemocratização, apenas 38% das pessoas declaravam não ter um partido da sua preferência - 61% apontavam um favorito."

Trata-se, sem dúvida, de uma demonstração da queda vertiginosa do prestígio dos partidos políticos no Brasil, fruto das alianças espúrias feitas pelos dirigentes. Sem sombra de dúvida, atualmente, o eleitor vota na pessoa do candidato, olvidando seu partido político e consequentemente o programa do mesmo, fato lamentável e triste numa democracia, permitindo que pessoas com grande apelo midiático se sobreponham às verdadeiras necessidades e aspirações, deixando os eleitores à mercê da vontade e dos interesses particulares do eleito.


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