domingo, 10 de junho de 2012

Partidos políticos e ideologias e outros destaques da semana.

1. Partidos políticos e ideologias.

"Toda política em grande escala deve ser institucional e não pessoal".

(Andrade, Christiano José de. O Poder econômico e o poder político. In O Livro, o escritor e miscelânia. Franca: Ribeirão Gráfica Editora, 2008. p. 89).
Noticiou-se, neste final de semana, a adesão, ao PSDB, do PMDB, à candidatura a prefeito da cidade, destinando-se ao aderente o cargo de postulante a vice-prefeito. A nível nacional, os dois partidos estão em lados opostos, o primeiro na oposição e o segundo, ao lado do PT, na situação.
Como todos acompanharam, historicamente, as divergências entre os caciques do PMDB originaram a criação do PSDB e, ao longo dos anos, as divergências mais se acirraram, tendo em conta a volúpia pelo poder do PMDB que, tradicionalmente, vem se aliando aos detentores do poder.
O grande número de partidos, na atualidade, proporciona esta falta de identidade ideológica, onde os princípios estabelecidos nos estatutos dos partidos, quase sempre são desprezados quando diante da oportunidade de coligações e a prevalência do mercado de interesses pessoais em prejuízo dos ideais políticos. Neste sentido, válido o comentário:

"A Ideologia Política deu lugar ao Fisiologismo Político e feito 'birutas de aeroporto' políticos e partidos mudam de direção ao sabor do vento, rasgam os estatutos e as ideologias para defender interesses pessoais, ou de grupos que 'representam' mesmo que pra isso tenham que renunciar às suas crenças". ("Partidos políticos: Da Ideologia ao fisiologismo, e a ideologia fisiológica." in Política Nacional, Eduardo Pandelo. Disponível em http://www.superradiopiratininga.com.br/eduardopandelo/?p=113).

A mais nova coligação, se concretizada, demonstra a necessidade premente de uma reforma política no país, evitando-se coligações espúrias onde os interesses pessoais se sobrepõem aos ideológicos.
Só assim, no futuro, poderemos almejar uma política realmente condizente com um país democrático, onde problemas como a corrupção se tornarão menos presentes, uma vez prevalentes os ideais partidários constitutivos. Para o eleitor, realmente, trata-se de situação indigesta.
Esta situação conflitante estimulou Gilberto Dupas (Tensões contemporâneas entre o público e o privado.São Paulo: Paz e Terra, 2003. p. 61) a afirmar: "portanto, temporariamente não há mais política, no sentido de que ela deixa de ter como objeto central os efetivos interesses da sociedade".
Realmente, é aguardar para ver como reagirá o povo brasileiro diante dos descompassos em que caminha a atual política.

2. José Dirceu, réu do mensalão, é aplaudido em universidade federal.

No Brasil, e em política, tudo pode acontecer. O jornal O Globo noticiou que o incrível réu do mensalão, José Dirceu, foi recebido e palestrou no 16º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao PCdoB, na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), onde solicitou aos fanáticos jovens socialistas apoio naquilo que chama de "a batalha final", ou seja, o julgamento do mensalão, onde é apontado pelo MP como "chefe da quadrilha". Segundo a nota, cerca de 1.100 estudantes aplaudiram Dirceu. Não dá para acreditar!

3. Messi, em tarde de gala, mostra que Neymar ainda tem muito a caminhar.

Na vitória da Argentina sobre o Brasil, além da boa apresentação dos jovens jogadores brasileiros, chamou a atenção a diferença de qualidade atual entre Lionel Messi e Neymar, os dois maiores jogadores de Argentina e Brasil. De um lado, Messi, um jogador completo, mostrou que sozinho pode decidir uma partida. De outro, Neymar, em tarde tímida, demonstrou que o Brasil ainda não pode depender dele quando mais precisar, pois tem muito a aprender.

4. Vadios têm salvo conduto e até defensores na mídia.

A polêmica questão, iniciada com a atitude adotada pela policia militar, no sentido de averiguar os atos dos mendigos nas avenidas e locais públicos, seguindo orientação do Poder Judiciário, e que culminou com o pedido de Habeas Corpus efetuado pela Defensoria Pública local, atendido pelo TJ, ainda encontra eco no noticiário. Há até alguns articulistas (que, certamente, ainda não foram ameaçados) apoiados em teorias pessoais que julgam válidas, defendendo a "liberdade de ir e vir" que, no caso, é termo travestido para salvo conduto de marginais, reconhecidamente usuários de drogas. A novela está longe de terminar e, quando algo grave ocorrer, vamos ver quantos "defensores" da vadiagem irão sobrar.

 

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