1. O inacreditável Palocci.
O episódio Palocci, iniciado pela denúncia dos jornalistas da Folha de S.Paulo, transformou-se, durante toda a semana, no assunto mais comentado e que gerou, à medida em que o Governo procurava blindá-lo, mais informações estarrecedoras. O estilo Palocci, desde seus tempos de prefeito de Ribeirão Preto, passando pelo Ministério da Fazenda, onde protagonizou o escandaloso caso do caseiro Francenildo, seguindo-se denúncias de mensalão, não deveria surpreender mais ninguém. Trata-se de homem chave tanto na eleição de Lula como de Dilma e, diga-se de passagem, altamente poderoso, tanto é que, recentemente, intimidou até José Serra e Aécio, principais nomes da oposição, que preferiram defendê-lo a procurar esclarecer a verdade que, em última análise, ao Brasil todo interessa.
Mas, o que incomoda é que ninguém se atreve a enfrentá-lo e ainda dá-se notícia até de pedidos seus dirigidos ao prefeito Kassab, no sentido de que o mesmo não permitisse que funcionários da prefeitura informassem aos jornalistas, ou interessados, sobre eventuais notas fiscais onde estivesem anotados dados relativos ao ISS de sua firma, impedindo que se chegasse ao faturamento da mesma. Isto tudo para corroborar suas alegações de que a empresa estaria inativa e teria tido escasso lucro, como que a sugerir temor de novas e cruéis revelações. O pior é que Kassab manifestou vontade de atender tal solicitação.
Além disso, há um concerto entre os Ministros de Estado, sob ordem de Dilma, de defendê-lo a qualquer custo e até olvidando obrigações naturais como as do Ministro da Justiça e da Fazenda (onde está afeta a Receita Federal). Por outro lado, já no início das denúncias, houve a informação de que Palocci teria seguido orientações de ninguém menos do que Sepúlveda Pertence (ex-presidente do STF), responsável atualmente pelo órgão de Ética do Governo. Ou seja, tudo a favorecer o inacreditável Palocci.
Parece que todos os membros governamentais, incluído aí Sepúlveda, desconhecem os princípios básicos da administração pública, entre eles os da moralidade e publicidade, além da obrigação que tem todo órgão público de fornecer certidões e explicações quando requeridas por qualquer cidadão. Se provadas as suspeitas, Palocci praticou tráfico de influência, ato sujeito a sanções penais, pelo menos para pessoas normais.
Enquanto isto, em países do primeiro mundo, qualquer sinal de falha humana, como ocorreu no caso do presidente do FMI, o responsável não só é defenestrado do cargo como, de imediato, recebe as sanções legais. Triste Brasil!
Será que, após a língua portuguesa ter adotado o verbo "malufar", irá surgir um novo verbo: "paloçar"?
2. Panfletos e lei falha.
A imprensa noticia que foi aprovada lei municipal, de autoria de um vereador, publicada no dia 19, que determina que panfletos publicitários só poderão ser colocados nas caixas de correio, ainda assim, se os proprietários anuirem. A discordância se manifesta com a inserção de um adesivo vermelho próximo à caixa de correio. Ou seja, ato de difícil fiscalização, tendo em conta que o adesivo pode ser retirado facilmente. O objetivo da lei é diminuir a poluição acarretada pelo acúmulo de papéis em jardins, alpendres, grades, portões, garagens, bem como distribuição nos semáforos, colocação em parabrisas, etc. Melhor seria se houvesse a simples proibição, independente de qualquer outra regra ou permissão. Do jeito como foi elaborada, dificilmente terá resultado eficaz.
3. Clube dos Bagres e polêmica.
Victor de Andrade, atual presidente do Clube dos Bagres, publicou nota em jornal local, comentando sobre a situação das dependências do tradicional clube, a posição da Prefeitura e o impasse criado que, diante das posições antagônicas, pode colocar fim a um patrimônio francano que, aliás, é objeto de tombamento municipal.
Na verdade, há parcial razão tanto da Prefeitura como por parte de Victor.
O município demorou muito tempo para realizar o aproveitamento das dependências do Clube dos Bagres para a criação de um centro destinado ao basquete que, em Franca, é altamente valorizado. Se há o tombamento, há algum tempo, o melhor caminho e a obrigação legal é a de conservar e dar um destino ao patrimônio, independente de opiniões políticas diversas, priorizando-se o interesse público.
Já, da parte do Bagres, há, no caso, um mal crônico no meio esportivo brasileiro: a eternização de uma pessoa no comando do clube, fato que afasta os associados da frequência e apoio.Tanto é verdade que, um outro clube francano, a AEC, teve considerável melhora quando acabou com a prática da eternização.
Assim, para o bem da cidade, seria interessante que o município assumisse totalmente o patrimônio, fazendo as reformas e adaptações necessárias e destinando o local para um centro basquetebolístico que a tradição francana almeja. Não seria nenhum sacrifício, pois, em outras situações (Museu de Regina Duarte e aquisição do "esqueleto" da entrada da cidade), a prefeitura não teve pejo em gastar fortunas para objetivos não prioritários e de discutível legalidade.
4. Basquete em baixa.
E, por falar em basquete, o Vivo Franca, até a redação deste texto, já havia perdido as duas primeiras partidas da NBB, na final contra o time de Brasília. Nada demais. Na verdade, o time, pela qualidade apresentada, já foi longe. O time de Brasília ainda é o melhor do Brasil e, merecidamente, vem conquistando seguidamente título sobre título. Franca precisa, urgente, de uma grande reformulação tanto do plantel como da comissão técnica. Só não vê quem não quer.
5. Poluição novamente ataca.
Neste período do ano, com a estiagem, vegetação seca, Franca padece com as criminosas queimadas em plena cidade. Sábado e domingo, na avenida Alonso Y Alonso, proximo da agência Cofrana, em torno da queda d'água, os moradores da região tiveram de conviver com queimadas que duraram bastante tempo, sem que a prefeitura, responsável pelo local, tomasse qualquer providência para evitá-las. No local, é fato corriqueiro e, como de costume, os responsáveis pelo controle ambiental nada fazem.
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