O escárnio e o ex-prefeito.
Chamado a colaborar com a CEI do viaduto Da.Quita, Sidnei Rocha, o ex-prefeito, protagonizou cenas humilhantes perante o auditório da Câmara onde se realizava o depoimento. Como sempre, em toda sua trajetória política, não podendo ver holofotes a si dirigidos, ensaiou cenas teatrais, e às perguntas que lhe dirigia o valente Marcio do Flórida (presidente da CEI), sempre respondia com ironia e desrespeito. Fugiu a todas as perguntas, criticou a ex-assessora Valéria, o atual prefeito e afilhado, e culminou fazendo menção com escárnio dirigida ao Ministério Público. Aliás, a ofensa valeu manchete do jornal Comércio da Franca de sábado: "Sidnei: Opinião de promotor nunca valeu nada. Eles querem aparecer". Como a encenação foi gravada, o mínimo que se espera é uma reação legal à altura do MP. Já o eleitor inteligente, sem dúvida, guardará sua resposta para as próximas eleições, eliminando políticos deste naipe.
Ainda o viaduto.
Realmente, entendo o viaduto D.Quita, ao qual o ex-prefeito dedica elogios, como a pior obra da história francana. Só indo ao local para verificar a imensa burrice na sua construção, a total insegurança e a plena inutilidade em relação ao trânsito.
A obra acabou com as faculdades ali existentes. Quem quiser se dirigir às mesmas tem de fazer grande ginástica. Não há como estacionar veículos nas proximidades. Não há como atravessar a avenida Major Nicácio na altura da Faculdade de Direito com a sede da OAB. E fico a pensar como agem os alunos da Faculdade de Direito e da Faculdade de Ciências Econômicas. Nenhuma passarela foi construída e, pasmem, embora o Fórum esteja a poucos passos dali, nenhuma providência foi tomada pelo Ministério Público para garantir tal direito aos pedestres. Este mesmo MP que, constantemente, o responsável pela obra desrespeita publicamente em suas manifestações.
Situações como essa justificam os movimentos sociais que pipocam em todo o território nacional.
Privilégios no mundo jurídico.
O jornal Folha de S.Paulo, deste domingo, em matéria intitulada "Filhas da Corte" (p.A-6), trata de assunto que vem agitando as mídias sociais, que envolve duas filhas de dois ministros do STF e que são candidatas a cargos de desembargadoras em tribunais do Rio de Janeiro. Seria um fato corriqueiro, não fora serem filhas dos ministros Luiz Fux e Marco Aurélio Mello, serem jovens, com pequena atuação no foro e postularem cargos geralmente atribuídos a advogados com longos anos de serviços e de carreiras consideradas brilhantes. Letícia, filha de Marco Aurélio, postula vaga no TRF do Rio. Marianna é filha de Luiz Fux e postula vaga no Tribunal de Justiça do Rio. Ambas disputam vagas do chamado quinto constitucional, reservadas a juízes indicados pela OAB. As escolhas, por incrível que possa parecer, têm grandes chances de se concretizarem.
Será mais um escândalo no já atribulado cenário nacional, mostrando que, apesar dos movimentos sociais, as nossas autoridades continuam com os mesmos costumes de sempre, ou seja, apadrinhamentos ao invés de adotarem o método da meritrocracia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário