Imperdível, para quem aprecia artes em geral e pintura em especial, a recente exposição dos painéis "Guerra e Paz", de autoria de Cândido Portinari, além de várias telas e gravuras do mestre da pintura brasileira estão à disposição do público, no Memorial da América Latina, na capital paulista, desde 7 de fevereiro e a se estender até dia 21 de abril, de terça a domingo, das 9 horas às 18 horas, com entrada franca, na Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664, Metrô Barra Funda-São Paulo.
Os painéis Guerra e Paz (dois) têm dimensões impressionantes: 14 metros de altura, por 10 metros de largura e, segundo o próprio Portinari: "Os painéis Guerra e Paz representam sem dúvida o melhor trabalho que eu já fiz... Dedico-os à humanidade"... (à Agencia Reuters, 1957).
Bem, Portinari, além de excepcional pintor, foi modesto. Na mostra, encontramos telas incríveis e belas, demonstrando que, dificilmente, poder-se-á enquadrar como "mais importante" qualquer uma delas, pois são todas jóias e expressões do mais puro talento sequer surgido na área no Brasil.
Por outro lado, em relação aos painéis, há o registro dos patrocinadores da mostra de que os mesmos foram realizados no período compreendido entre 1952 e 1956, encomendados pelo governo brasileiro, para "presentear a sede da ONU, em Nova York. E lá permaneceram, dispostos no hall de entrada da Assembléia Geral, encantando quem os visitasse. Aproveitando uma reforma no edifício sede da ONU, entre 2010 e 2013, o governo brasileiro, com o apoio de empresas estatais envolvidas, além de instituições internacionais, foram entregues os painéis à guarda do governo brasileiro para o Projeto Portinari, até agosto de 2013, para exposições no Brasil. E, de fevereiro a maio de 2011, Guerra e Paz foram restaurados no Palácio Gustavo Capanema, em ateliê aberto ao público, com a realização de programa educativo voltado para o atendimento às escolas. Agora, em 2012, o Projeto chegou a São Paulo. Após, o Projeto fará um itinerário nacional e internacional, antes do retorno dos painéis à sede da ONU, em 2013.
Os painéis são de uma criatividade impressionante e retratam todo o universo de Portinari, onde há privilégio a expressões de "extremos da desgraça e da bem-aventurança, na trágica e divina comédia retratada por Portinari". Apesar de não serem identificadas armas, situações de horror, fome e morte se sucedem, sendo privilegiada a cor azul, em várias nuances, tornando os painéis especiais e inigualáveis pelo bom gosto e criatividade.
Mostras como esta são oportunidades raras. Ninguém deve perder a oportunidade de conhecer esta de Portinari, principalmente de poder comtemplar a arte imortal do mestre brasileiro.
Durante a visita, é tocante a opinião externada, em um dos roteiros, pela escritora Dinah Silveira de Queiroz, em encontro casual com Portinari, já adoentado pelo ataque das tintas:
Nessa ocasião a escritora Dinah Silveira de Queiroz o encontra na rua e, anos mais tarde, recordará:
“... seus olhos estavam rasos d’água. Se não me engano, foi no Castelo e ele vinha com sua Maria (...). Estava magro, abraçou-me profundamente e disse: ‘Imagine! não posso mais pintar, estou proibido pelo médico’. (...) Maria não deixou muito tempo para conversa: ele não deveria comover-se. Tive vontade de sair atrás dele e dizer: você já nos deu a obra mais grandiosa que um pintor pode oferecer à sua terra, já nos cumulou de uma riqueza que vai varar os tempos...”.
Realmente, a mostra proporciona a quem a visita momentos de emoção pela constatação de que o Brasil teve um dos maiores gênios da pintura, aquele de quem Mário de Andrade já comentava sobre o fato de que sua obra tinha "a intensidade do martírio", mas que, segundo ele: "não faz mal. Tudo nele, as irritações, as revoltas, as malquerenças, as irregularidades psicológicas são duma verdade solar, ele não plagia nem macaqueia os defeitos dos gênios". E mais: "não estou longe de pensar que ele seja o mais útil, a mais exemplar aventura de arte que já se viveu no Brasil...".
2. Os equívocos do Prefeito.
Ultimamente o prefeito de Franca, a poucos meses do término de seu mandato, vem protagonizando uma série de equívocos, que a par de deslustrar sua gestão, propicia inquietação em relação à sua capacidade de eleger seu sucessor.
Após vários equívocos como a aquisição de imóvel para construção de centro cultural em homenagem a atriz regina Duarte, desnecessária para muitos; aquisição de imóvel abandonado conhecido como "esqueleto", com a justificativa de aproveitamento para futura sede da Secretaria da Educação, mas a preço absurdo; licitação para construção de viaduto, sob a alegação de melhoria do trânsito, mas de incógnita eficiência para especialistas; e, projeto, com a finalidade de dar o nome de sua progenitora ao mesmo viaduto, apesar de opiniões contraditórias ignorando a questão ética e constitucional ligada ao assunto, se vê, agora, às voltas com equívocos nas escolhas de assessores.
No sábado, o jornal Comércio da Franca (p. A-4), em nota intitulada "Prefeito defende João Marcos e ataca MP e imprensa", são relatadas as existências de diversos processos instaurados pelo Ministério Público, em virtude de desobediências a dispositivos legais da administração pública, e uma ação protocolada pelo Ministério Público do Trabalho, contra o presidente da Emdef, empresa municipal, tendo em conta infrações referentes a assédio moral e sexual das quais o mesmo seria o protagonista, o que coroou a sequência de equívocos. Na reportagem, há a informação de que o diretor da Emdef fora exonerado para evitar a continuidade do processo instaurado por assédio moral e sexual.
Estranhamente, uma vez que, se houve pedido de exoneração e provas consistentes existem, o prefeito reagiu atacando membros do MP e a imprensa pelos acontecimentos. E, mais estranho também, o posicionamento do novo diretor da Emdef que, ao defender os métodos do ex-presidente da empresa, ainda teve a audácia de afirmar: "A equipe que o João (Marcos) montou vai continuar trabalhando. Meu gênio é pior do que o dele." Ou seja, alguém deve informar ao novo dirigente que tratar rispidamente funcionário pode acarretar dano moral, perante a justiça. Qualquer estudante de direito sabe disso. Ou seja, mais do mesmo.
3. Um alívio no futebol brasileiro.
Após terríveis 23 anos, Ricardo Teixeira renunciou ao cargo de presidente da CBF, atolado em acusações de corrupção e odiado por todos os brasileiros ligados ao futebol, do qual tirou proveito para si, familiares e amigos. Sua saída não foi fácil, espontânea, pelo contrário, foi o ápice de vários processos, críticas da imprensa, pressão governamental e da Fifa. Um de seus maiores adversários, o jornalista Juca Kfouri, na Folha de S. Paulo, foi claro em sua manifestação: "Queda de Teixeira foi uma vitória da cidadania brasileira!".
4. Verdão ressurge das cinzas no Paulistão.
Finalmente, Scolari, o melhor técnico do Brasil, conseguiu realizar o sonho de milhares de torcedores da Sociedade Esportiva Palmeiras: tornar a equipe um grande time, o qual, a continuar no mesmo ritmo, livre das más arbitragens, irá, sem dúvida, ocupar o lugar que sempre mereceu na história do futebol brasileiro (uma das melhores do Brasil e do mundo). Para tristeza de corintianos, sãopaulinos, santistas e demais rivais inconformados! Parabéns Palmeiras, e obrigado Botafogo! 6X2 não é fácil!
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