Lula, FHC, Rogério e a hora de sair de cena.
"A gente nunca sabe a hora certa de parar...então a gente para antes da hora sem saber."(J. S. Melo)
A capacidade criadora e eficiente do ser humano encontra a barreira do envelhecimento e a diminuição paulatina da produção, seja ela em qual ramo exista. Alguns, privilegiados, retardam muito bem tal sina. No entanto, a média é cruel e o homem deve saber a hora exata de parar, ou ao menos, de se afastar de posto decisório e se dedicar ao plano social e humanitário, fato que não desmerece ninguém, mas, ao contrário, o dignifica.
Temos exemplos marcantes de personalidades, seja no meio político, seja no desportivo, que optaram pela melhor hora de saírem de cena, conservando na memória de todos as grandes conquistas.
Entre a dignidade e a vaidade cega, o político e líder revolucionário Fidel, e o santo e religioso Bento XVI, optaram por sair de cena, antes que os fatos assim o fizessem.
No plano empresarial, Bill Gates, criador da Microsoft, após longo sucesso, anunciou sua saída do comando da empresa, para cuidar somente de seus projetos sociais e humanitários.
O grande ator Walmor Chagas, já falecido, aos 81 anos, quando inquirido sobre sua então vida regrada, afirmou: "um ator deve saber a hora de sair de cena. É como um atleta, tem um período de auge, depois começa a decair."
Na área dos esportes, o grande exemplo foi de Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, que resolveu parar no auge da fama e eficiência. Dilema, que, no entanto, não alcançou outro ídolo recente, Rogério Ceni, que, aos 41 anos, relutou em parar, mas que, agora, por força de uma contusão, terá de fazê-lo, num momento em que sua atuação já não reflete seu passado.
Ou seja, sair de cena, é uma virtude e uma grandeza só ao alcance dos verdadeiramente grandes.
Todo o intróito foi para comentar dois fatos recentes. Enquanto Lula, em recente convenção do PT, vociferava aos quatro cantos que se considerava inatingível, e que todos deveriam se acostumar com o fato de que pretende sair candidato nas próximas eleições, apesar da chuva de acusações por corrupção que vem sofrendo e que não só o atingem como também a toda a sua família, FHC, ex-presidente, e que saiu de cena após seu último mandato, há quase dez anos, dava entrevista conciliadora e sábia ao jornalista Roberto D'Avila da GloboNews, onde mostra toda sua grandeza e amor ao país, ao contrário de Lula. Note-se que, em relação a FHC, não pesa qualquer acusação de corrupção.
O que Lula fez foi contrariar, portanto, esta regra básica da vida: ser digno requer profundo respeito por si próprio. Não soube a hora certa de parar. E, agora, passa por situações vexatórias.
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