1. É melhor não ter deputado federal.
A cidade de Franca, à época das eleições, se mobiliza e até entidades de classe fazem campanhas, no sentido da conquista de representantes políticos nas esferas estadual e federal. De minha parte, sempre defendi a necessidade de representantes, desde que de qualidades. Tê-los apenas para figurarem como enfeites, não me parece correto.
Nas últimas eleições, a cidade teve dois candidatos figurando na lista de suplentes, sendo que um deles, que pleiteava reeleição, por contingências políticas, obteve permanência em Brasília, embora o povo tenha, sabiamente, nas urnas, rejeitado tal situação.
Agora, após uma notícia estampada no jornal Comércio da Franca, de 14 de setembro, p.A-4, sob o título "Ubiali propõe regulamentar a guarda de animais de estimação", temos a certeza de que, para ter representante apresentando tal tipo de projeto, que afronta o bom senso, é melhor não ter nenhum. A cidade fica conhecida, nacionalmente, mas, infelizmente, pelo lado negativo.
Para o deputado, ao justificar o projeto, e segundo a notícia do jornal, "os animais não podem ser mais tratados como objetos em caso de separação conjugal. Devem ser estipulados critérios objetivos em que se deve fundamentar o juiz ao decidir sobre a guarda, tais como cônjuge que costuma levá-lo ao veterinário ou para passear." É hilário, mas real. Tivesse o parlamentar assessoria consistente, ou melhor se infomasse, já que possui nível superior de ensino, haveria de se preocupar com assuntos mais importantes ligados ao Direito de Família, bastando ouvir entidades como o IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família), que lutam por modificações realmente necessárias no âmbito e têm projetos aguardando aprovação. Além disso, a região e o país têm prioridades maiores a serem atendidas. Fica, no entanto, o desalento. Para aqueles que se revoltaram e criticaram a eleição de Tiririca, fica claro que há abalos de qualidade legislativa a preocuparem, além da corrupção que é um mal que não acaba nunca!
2. A Câmara não muda.
Franca padece de qualidade política. Nesta semana, curiosamente no mesmo dia da notícia acima, houve outra que assustou, em que se soube das manobras políticas dos vereadores locais no sentido de aumentarem o número de vereadores (de 15 para 23), férias em julho e aumento dos próprios subsídios. No órgão representativo municipal, assim como nos da órbita estadual e federal, parece que os componentes vivem em outro mundo, não sabem as reais reivindicações e necessidades da população, preocupando-se apenas com assuntos em causa própria. É bom lembrar que as eleições se aproximam e, se o povo tiver juízo, impõe-se renovação total e geral.
3. Política e valor.
Normalmente, as pessoas, para obterem o título de doutor em qualquer universidade, têm de passar por árduas provas e apresentação de alentado currículo que, por sua vez, não se faz da noite para o dia.
No entanto, quando a política se mistura com a educação, coisa boa não surge. Existe o costume, internacional, de se outorgar o título de "Doutor Honoris Causa" a pessoas que se distinguem por atos praticados no decorrer da vida pública e que beneficiem causas ou objetivos nobres. Espera-se, no entanto, que os outorgantes analisem minuciosamente os predicados mínimos dos outorgados. No entanto, não é o que ocorre, como por exemplo, na notícia de que, no dia 27 próximo, o Instituto de Ciências Políticas de Paris ("Sciences Po") irá outorgar tal mérito a Lula. Aquele mesmo que sempre se orgulhou e se manifestou publicamente sobre o fato de não ter ensino superior e, ainda assim, ter sido presidente do país.
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