1. Importância da educação.
A meta de qualquer estadista no Brasil deveria ser a educação. Em qualquer situação, onde há conflito, pode-se perceber que tal problema não ocorreria se a educação estivesse presente. Quando se queixa da pífia situação da saúde, caos onipresente na vida do brasileiro, é fácil perceber que a origem do mal se deve à falta de educação: de berço ou de formação universitária. Lamentavelmente, nosso ex-presidente, por ter saído vitorioso nas urnas devido a sua origem sindicalista, gabava-se de ter sido alçado ao maior cargo sem sequer ter cursado qualquer curso universitário. Consequência disto é que por oito longos e sofridos anos impingiu sua tônica de homem de sucesso sem auxílio das letras, causando ilusão perniciosa a uma parcela da população que mais necessita de educação para fugir do destino traçado da miséria intelectual.
A propósito, a atual situação da segurança pública é reflexo da ausência de cuidados com a educação. Temos notícia de fato chocante, onde policiais teriam cometido abuso de autoridade com uma escrivã que, suspeita de suborno, foi obrigada pelos mesmos a despir-se, para que os mesmos encontrassem dinheiro escondido em sua calcinha. Tudo isto causou revolta nos meios jurídicos, sendo destacado o depoimento do prof. Luiz Flávio Gomes que abominou a inércia das autoridades (juízes e promotores) no citado evento.
Outro fato ligado à ausência de educação no âmbito da segurança e de grande gravidade é aquele ligado à operação "Guilhotina", no Rio de Janeiro, onde a Polícia Federal descobriu desvio de armas apreendidas de criminosos, além de vazamento de informações sobre operações policiais e formação de milícias, por policiais civis corruptos.
A gravidade da ocorrência é de assustar qualquer um. Mais ainda quando se ouve um sociólogo, Cláudio Beato (da UFMG), afirmar não existir crime organizado sem polícia envolvida: "O crime só se torna organizado quando tem ao lado dele agentes do serviço público, da polícia..." (Folha de S.Paulo. Caderno Ribeirão, p.C9, Entrevista: "Não há crime organizado sem polícia envolvida").
De fato, atualmente, presenciamos em todos os lugares crimes de toda espécie, todos com mínimas notícias de resoluções, parecendo que a impunidade prospera sem qualquer ação visando impedi-la ou reduzi-la.
2. Kadafi.
Este ditador da Líbia vem a propósito encarnar os dois temos acima. Por falta de educação e segurança o povo do sofrido país vem sofrendo genocídio por querer mudar situação que perdura há dezenas de anos. As notícias que chegam da imprensa descrevem que civis vêm sendo dizimados por aviões do exército da Líbia. Há boatos, não confirmados, da fuga do ditador para a Venezuela, tendo em conta a amizade de Kadafi com Chávez. Não importa, o que importa é o desejo de que a Líbia consiga sucesso igual ao do Egito, afastando mais um ditador da face da Terra.
3. Projeto excelente abolindo fumo das praças, parques, locais públicos, etc.
A boa notícia do dia é o projeto de lei, de autoria do deputado Vinicius Camarinha (PSB), apresentado na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Pelo mesmo, que prevê modificação na Lei Estadual n.13.541/2009 (a qual já proíbe fumo nos recintos de uso coletivo, total ou parcialmente fechados), se propõe proibição de consumo de cigarros, cigarrilhas, ou qualquer outro produto que produza fumaça nas praias, parques, praças e locais públicos destinados ao lazer ou a práticas esportivas do Estado.
É a complementação que faltava. É muito ruim encontrar fumantes em tais locais. Os não fumantes torcem para o sucesso da aprovação deste projeto que é um oásis no deserto dos inúteis projetos que pulalam na Assembléia.
Um comentário:
E o vírus se espalha
(publicado no Amálgama)
Há tempos os sensatos avisam que é necessário impedir a transformação do interesse coletivo num pretexto para restringir as liberdades individuais. Que os desafios do mundo contemporâneo exigem mais tolerância e menos opressão. Que as legislações proibicionistas voltadas ao consumo de substâncias estão fadadas ao fracasso. E finalmente que a própria filosofia da limitação de direitos pode alimentar sucessões crescentes de arbitrariedades, chegando a exageros tenebrosos e talvez irreversíveis.
Ninguém ouviu. Afinal, se nos acostumamos à inútil Lei Seca em estádios paulistas ou à escandalosa proibição da Marcha da Maconha, certamente aceitaríamos qualquer tirania gratuita que viesse acompanhada por certa aura civilizada e saneadora. Assim nasceu a perseguição ao tabaco. Primeiro endossamos os mentirosos ataques aos fumódromos. Depois permitimos que a ingerência estatal sufocasse o livre-arbítrio de proprietários e clientes. Então aceitamos que as milícias expulsassem os fumantes até das calçadas adjacentes aos bares e restaurantes. Agora, graças a uma iniciativa do deputado estadual Vinicius Camarinha (PSB), estamos prestes a ver praças, parques e praias tomados pelo expurgo antitabagista. Praias, senhoras e senhores.
Amedrontados com a inevitabilidade da descriminalização das drogas (em especial da maconha) e constrangidos pelas incoerências de um sistema tributário-consumista que não dá a mínima para a saúde do cidadão, os legisladores de índole retrógrada tomam caminho oposto ao do bom-senso. Criam instrumentos para excluir da vida social todos os abelhudos que tiverem a pachorra de menosprezar o culto à longevidade, esse deus enganador que ilumina o conservadorismo planetário. No limite, contribuem para destruir a alteridade, forjando uma sociedade homogênea e falsamente “saudável” dominada por eleitos que obedecem a determinados padrões físicos e comportamentais. Numa versão politicamente correta de eugenia, o Estado penaliza contribuintes adultos, honestos e conscientes, impedindo-os de gozar prerrogativas legítimas em pleno espaço público, só porque uns Mengeles da sociabilidade afirmaram que inexistem “níveis seguros” para a permanência deles entre os “normais”.
A caça aos fumantes baseia-se no repertório de mistificações que costuma povoar os mais variados ambientes totalitários. O tal “direito de não ser incomodado”, que só contempla uma parte da população, é típico do fascismo. Em nome do bem-estar coletivo, hansenianos e portadores de outras doenças também foram perseguidos e confinados. Obesos e homossexuais sofrem discriminações por motivos parecidos. A classe médica, incapaz de lidar com fumantes longevos e atletas enfartados, dá embasamento pseudocientífico a truculências profiláticas que jamais ousaria cometer, por exemplo, contra as fumaças do transporte urbano ou os agrotóxicos cancerígenos. E a OAB silencia diante dessa inconstitucionalidade flagrante, uma entre dezenas que fazem a vergonha do Supremo Tribunal Federal.
Depois de iniciada, a epidemia repressiva apodrece os órgãos da sociedade, todos, sem exceções legalistas que nos protejam. Combatamos a escalada autoritária enquanto ainda podemos denunciá-la.
http://guilhermescalzilli.blogspot.com/
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